Sim, isto mesmo. O tempo acabou e as pessoas vivem os milésimos de segundos - quando podem. Brissac tinha razão. "A metrópole modifica o olhar"; o ritmo intenso das cidades corrompe nossa visão inocente sobre o mundo. Quando crianças, tudo é colorido e cheio de fomas e desenhos, tudo encanta. Crescemos, porém.

O ritmo acelerado em que somos obrigados a viver destrói essa imagem de "anjos" que carregamos na infância. Tudo vira cimento; fica quadrado; fica cinza. Não é um olhar que amadurece, é um olhar que envelhece, perde a vida...

Engraçado quando paramos por um minuto e percebemos a quanto perdemos ao querer "ter". Outro dia eu estava sentado na praça da minha cidade - típica cidade de interior, onde as pessoas costumam sentar nos bancos e tomar sorvete - então fiquei ali parado, observando as curvas da onipotente Matriz, suas cores sem vida... Bela apesar de tudo. Mas não era a mesma da minha infância: gigantes e intimidadora, uma construção que impunha respeito. Era apenas um prédio. E só.